A gestão de resíduos industriais tem se consolidado como um pilar estratégico para a sustentabilidade e a saúde pública no Brasil. Dados do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2024, publicado pela ABREMA, revelam avanços e desafios significativos no tratamento e destinação de resíduos industriais, especialmente aqueles provenientes de medicamentos, agrotóxicos e suas embalagens, além dos Combustíveis Derivados de Resíduos (CDRs). A seguir, os principais pontos:
Combustível Derivado de Resíduos (CDR) e Logística Reversa
O consumo de combustível derivado de resíduos (CDR) e a origem dos resíduos utilizados na sua produção são divulgados anualmente pela Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP). Dados específicos sobre o coprocessamento de CDRU em fábricas de cimento começaram a ser publicados a partir de 2020. Apesar da curta série histórica, as informações disponíveis permitiram projetar a tendência de consumo de CDRU para 2023, apresentada no Panorama atual.
Referências sobre o poder calorífico inferior (PCI) do CDR e do CDRU foram obtidas na Resolução SIMA nº 47/2020, do Estado de São Paulo, e na Norma Brasileira (NBR) 16.849/2020, da ABNT. O índice de aproveitamento de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) para produção de CDRU, que reflete a porcentagem de RSU com características adequadas ao aproveitamento energético, foi definido com base em estudos de caso e projeções de cenários.
- A produção de Combustível Derivado de Resíduos (CDR) em 2023 foi de 47,6 mil toneladas, um volume que representa menos de 0,2% do total de RSU gerados, mas com potencial de crescimento.
O coprocessamento de resíduos na indústria cimenteira tem se consolidado como alternativa sustentável, reforçando a importância do aproveitamento energético e da redução do uso de combustíveis fósseis. O programa de logística reversa de agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, nomeado como:
- A logística reversa de agrotóxicos e suas embalagens, coordenada pelo inpEV, segue consolidada desde 2002, sendo um modelo de sucesso para a destinação ambientalmente correta.
Sistema Campo Limpo, é operado pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV) desde 2002. O sistema possibilita a destinação final adequada de 100% das embalagens recebidas, seja por reciclagem ou, no caso de resíduos perigosos, por incineração. As resinas resultantes do processo de reciclagem desses materiais são utilizadas para a fabricação de outros produtos, como tubos para efluentes usados na construção civil, postes de sinalização para o setor de transportes, e cruzetas para postes de energia.
Em 2023, o volume de material recuperado superou a meta estabelecida para o ano. Desde que o sistema começou a operar, já foram recuperadas 754 mil toneladas de embalagens de agrotóxicos.
Medicamentos, seus Resíduos e Embalagens
Em 2023, foram recuperadas 439 toneladas de medicamentos e suas embalagens: um aumento de 68% na quantidade de materiais recuperados no ano anterior. Desde o início da operação do sistema, mais de 750 toneladas de medicamentos foram destinadas de forma ambientalmente adequada, seja por incineração (95% do material coletado), coprocessamento ou disposição final em aterro sanitário classe I (aterro para resíduos perigosos).
Resíduos de Serviços de Saúde (RSS)
- Foram geradas 293 mil toneladas de RSS em 2023, uma diminuição de 4,7% em relação ao ano anterior. Essa redução foi influenciada pela queda nas internações por Covid-19, que passaram a representar 20% dos casos observados em 2022.
Resíduos Sólidos Urbanos (RSU)
- Em 2023, o Brasil gerou 80,96 milhões de toneladas de RSU, um aumento de menos de 1% em relação ao ano anterior, com uma geração per capita de 1,047 kg por dia.
- Cerca de 93,4% dos RSU foram coletados, com o Sudeste liderando com 98,8% de cobertura, enquanto as regiões Norte e Nordeste apresentaram índices inferiores, com aproximadamente 83%.
- A reciclagem representou 8,3% dos RSU, um avanço em relação à faixa de 3-7% mencionada em anos anteriores, sendo 67,2% dessa reciclagem atribuída à coleta informal.
Resíduos de Construção e Demolição (RCD)
- A geração de RCD em 2023 foi de 44,46 milhões de toneladas, uma redução de 1,3% em relação a 2022. O Sudeste continua sendo a maior geradora, com 51% do total nacional, enquanto o Norte contribuiu com apenas 3,7%.
Disposição Final
- 58,5% dos RSU foram destinados a aterros sanitários, enquanto 41,5% tiveram disposição inadequada, como lixões. Houve uma redução da fração de resíduos dispostos inadequadamente, que caiu de 36,2% em 2022 para 35,5% em 2023, indicando uma leve melhora.
Despesas e Empregos no Setor
- Os gastos com gerenciamento de RSU totalizaram R$ 37 bilhões em 2023, um aumento de 9,4% em relação a 2022, com o Sudeste sendo responsável por 56% do total.
- O setor empregou 386 mil pessoas diretamente, um aumento de 2,6% em relação ao ano anterior, reforçando sua importância socioeconômica.
Esses dados refletem avanços na gestão de resíduos no Brasil, mas também evidenciam desafios significativos, como a necessidade de ampliar a reciclagem e reduzir a disposição inadequada de resíduos. O relatório ressalta a relevância da economia circular e do alinhamento estratégico entre setores público e privado para transformar os resíduos em recursos.
A Nova Ambiental, alinhada às melhores práticas e regulamentações, oferece soluções completas para o tratamento e a destinação final de resíduos industriais, promovendo a economia circular e o cumprimento das diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Com expertise técnica e infraestrutura especializada, a empresa se posiciona como parceira estratégica para indústrias que buscam minimizar impactos ambientais e maximizar resultados sustentáveis.
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Fonte: Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2024